quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Entrevista com o Presidente da ABHH, Dr. Cármino Antonio de Souza


O presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, doutor Cármino Antonio de Souza, conversou com o blog do CBH sobre o trabalho que quer desenvolver a frente da entidade. Disse que vai apoiar ações no plano educacional, científico e associativo que possam minimizar as enormes distâncias regionais que existem num país continental. Na entrevista, ele afirma que seu primeiro objetivo é consolidar jurídica e institucionalmente a ABHH. Para encerrar, disse que o HEMO 2009 mostrou que a comunidade científica brasileira deu uma grande demonstração de capacidade.


Blog do CBH - Qual a importância pessoal para um profissional experiente, como o senhor, em ocupar a presidência da ABHH?
Dr. Cármino - A ABHH é fruto de um trabalho de aproximação e cooperação entre duas extraordinárias entidades que são a SBHH e o CBH. A fusão não seria possível não fossem a decisão política e a generosidade de ambas as Diretorias que souberam discutir com transparência todas as dificuldades do processo e concretizá-lo sem traumas. Assim, minha eleição se reveste de grande responsabilidade tendo em vista a confiança de meus colegas em minha capacidade de consolidar este processo. Certamente é mais um grande desafio, não pessoal, mas coletivo de toda a nossa Diretoria. Pessoalmente, é uma honra presidir uma entidade que nasce ativa, democrática e plena de projetos para o futuro.

Blog - Quais os principais desafios para o seu mandato?
Dr. Cármino - Eu creio que o primeiro será consolidar jurídica e institucionalmente a ABHH. Isto é, dar vida e dinâmica a esta nova entidade. A seguir, creio que devemos reconhecer e preservar todas as conquistas dos últimos anos. No plano educacional temos que discutir e propor uma revisão programática da Residência Médica, melhor instrumento para formar um especialista e que hoje não atinge os seus objetivos. Devemos melhorar nossa "performance" na defesa do trabalho e espaços do hematologista. Devemos dar prioridade a nossa revista científica a RBHH, se possível, internacionalizando-a o mais breve possível. A ABHH deve sempre e cada vez mais prestar serviços ao seu associado e criar espaços de suporte às muitas iniciativas que hoje têm dificuldades de se concretizarem.


Blog - Qual a estratégia do senhor para unir profissionais de regiões e realidades distantes?
Dr. Cármino - O Brasil é um país continental e exige ações compatíveis a esta dimensão. Sou a favor de apoiarmos as nossas regionais dando apoio logístico e material as suas iniciativas. Devemos promover ações no plano educacional, científico e associativo que possam minimizar estas distâncias. Na era da "internet" não podem haver distâncias inatingíveis. Devemos ouvir e apoiar o que for possível e necessário.

Blog - Quais serão suas prioridades para 2010?
Dr. Cármino - A nova Diretoria deve consolidar todo o processo de instituição da ABHH. Cada Diretoria deve preparar os seus regimentos, suas agendas, suas ações etc. A Diretoria, como um todo, deve definir a sua agenda de trabalho. Minha tarefa, com Diretores tão experientes e capacitados, é delegar tarefas para maximizar nossos resultados. Devemos trabalhar como um time, harmônico e democrático, e certamente os resultados virão muito rapidamente.

Blog - Que avaliação o senhor fez do HEMO 2009?
Dr. Cármino - Creio que, apesar de pequenos problemas no plano operacional, que estão sendo reconhecidos para que não ocorram no futuro, a comunidade científica brasileira deu uma grande demonstração de sua capacidade. Mais de 3500 participantes, 1280 trabalhos científicos, dezenas de conferencistas brasileiros e estrangeiros; mais de 100 profissionais obtiveram os seus títulos de especialista, certificados de atuação ou proficiência; mais de 60 expositores; três livros de autores brasileiros lançados durante o evento, enfim... grande evento e extraordinários resultados. Para Brasília esperamos mais e melhor.

Finalmente devo dizer que tudo está sendo feito para que a ABHH siga o seu caminho de qualidade e colaboração. Acredito sinceramente que devemos praticar "mais cooperação, menos competição". Grato aos meus colegas pela confiança que tentarei retribuir com respeito e trabalho.

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